[notícias sobre o ato] Protesto em frente à TV Globo fecha Dia Nacional de Lutas em BH

Do Portal Minas Livres. Publicado em 11 de julho de 2013.

Trabalhadores de diversas categorias percorreram Belo Horizonte em luta geral. Protesto passou pela Prefeitura de Belo Horizonte, Banco Central, Assembleia Legislativa, Cemig, Elevado Castello Branco e sede da TV Globo, em Minas.

Um grande protesto em frente à sede da TV Globo em Minas Gerais fechou o Dia Nacional de Lutas em Belo Horizonte, nesta quinta-feira. Os trabalhadores protestaram pela democratização da comunicação. “O protesto em frente à Globo é uma resposta à imagem negativa e tendenciosa que televisão passa à população das manifestações, dos atos e protestos dos movimentos sociais, sindicais e estudantis”, afirmou Joceli Andrioli, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Os trabalhadores percorreram vários quilômetros desde a Praça 7, passando Prefeitura de Belo Horizonte, Banco Central, Assembleia Legislativa, que representam os poderes municipal, estadual e federal, e a Cemig, onde fizeram um coro e vaiaram a direção da empresa. O coordenador geral do Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro-MG), Jairo Nogueira Filho, denunciou o repasse de R$4,5 bilhões de lucro para acionistas, enquanto a população paga uma das tarifas mais caras do Brasil. Ele também lembrou a média de cinco mortes de trabalhadores da Cemig por ano. “Conseguimos fazer um grande ato hoje em Belo Horizonte e cumprimos nosso papel nessa luta. A manifestação em frente à Cemig foi importante porque a empresa simboliza o que há de pior no atual governo neoliberal em Minas Gerais, com precarização dos serviços e má qualidade dos serviços”, afirma.

Em seguida, os manifestantes seguiram para o Viaduto Elevado Castello Branco e pediram a mudança do nome da via, que lembra o período da Ditadura Militar no Brasil. A substituição seria pelo nome de Helena Grecco, que teve grande importância na defesa dos direitos humanos e da cidadania em Minas Gerais.

A presidenta da CUT-MG, Beatriz Cerqueira, afirma que a manifestação não somente foi positiva, como foi melhor que o esperado. “Em Minas construimos uma rede de mobilização que não é formada só por sindicatos, mas por movimentos populares, estudantis, juvenis. Fizemos uma longa caminhada hoje que superou as expectativas”, afirma. Ela acredita que o movimento já teve resultados imediatos, como a reunião com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Dinis Pinheiro (PSDB), mas ainda deve gerar outras mudanças. “São protestos assim que pressionam o governo”, diz.

O diretor do Sindieletro-MG, Arcângelo Queiroz, destaca a participação da população e o ambiente de luta pacífica. “O medo não foi para as ruas. As pessoas abriam as janelas, tiravam fotos, acompanhavam das calçadas. Além das questões de saúde, segurança e transporte de qualidade, a manifestação também trouxe reivindicações da classe trabalhadora, como o fim do fator previdenciário e da terceirização e a redução da jornada de trabalho”, afirma.

Paralisação

Desde as primeiras horas do dia,diferentes categorias já haviam aderido à greve geral. No início da manhã, manifestantes se dirigiram às estações do Barreiro, Venda Nova, Diamante e São Gabriel para impedir a saída dos ônibus.

Além disso, os metroviários também aderiram à paralisação e as estações de metrô estão fechadas. Uma liminar expedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) na noite de quarta-feira (10) determina que o metrô realize operação em escala mínima nos horários de pico com 50% dos trens circulando das 5h20 às 9 horas e das 17 às 20 horas. Entretanto, a categoria entendeu que a medida foi abusiva e manteve a paralisação total.

Em Contagem, duas importantes vias da cidade foram fechadas por metalúrgicos no início da manhã. As avenidas Amazonas e Cardeal Eugênio Pacelli foram completamente bloqueadas nos dois sentidos por um grupo de manifestantes.

Protesto tem várias bandeiras

Cumprindo a programação nacional, trabalhadores, estudantes e participantes dos movimentos sociais estão realizando nas ruas de BH, do interior de Minas e em todo o Brasil uma grande manifestação em defesa do transporte público de qualidade, investimento de 10% do PIB para a educação e 10% do orçamento da União para a saúde. Também cobram maior investimento dos estados e municípios para melhorar o atendimento à população. Manifestantes vão protestar contra a terceirização sem fim, cobrando o arquivamento do Projeto de Lei 4.330, a eliminação do fator previdenciário e a valorização das aposentadorias.

As bandeiras dos trabalhadores incluem a defesa da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução dos salários e o fim da dispensa imotivada. Além disso, os manifestantes vão defender a reforma política, auditoria nas grandes obras públicas, passe livre para estudantes e o fim das parcerias público-privadas (PPPs).

Thaíne Belissa e Thaís Mota do Portal Minas Livre.
(Com informações da CUT-MG e Sindieletro-MG)

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